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Conversamos com a Laureana Pavón, sobre alguns aspetos da sua profissão, sobre a importância do associativismo e ainda sobre alguns conselhos para a nova geração de profissionais.
APTRAD: Fale-nos um pouco sobre si, sobre como começou a sua carreira e o que é que a levou a escolher esta profissão?
A minha história é semelhante à de muitos outros tradutores. Nasci na Argentina, mas cresci no Reino Unido e no Canadá. Concluí o ensino básico em inglês, mas a minha família regressou à Argentina quando eu tinha 12 anos.
Depois de terminar o ensino secundário, matriculei-me em Engenharia Civil (na época, um curso de seis anos) e tive bons resultados no primeiro ano. Embora eu goste de Engenharia e da forma como aborda a vida em geral, percebi muito cedo que também adoro línguas e que queria uma carreira em linguística. Por isso, no segundo ano da universidade, comecei a estudar para me tornar Tradutora de Inglês Certificada (equivalente a um BA) e concluí os dois cursos em paralelo.
APTRAD: Como descreveria um “dia normal” na sua vida profissional?
Vivo atualmente em Montevidéu, no Uruguai. Além de lecionar no programa de bacharelado em Estudos Técnicos de Tradução na Universidade de Montevidéu, sou tradutora freelancer a tempo integral.
O meu dia começa cedo, normalmente por volta das 8h30 – sou um daqueles tradutores que prefere alguma estrutura – e geralmente termina por volta das 18h. Digo sempre que, depois do pequeno-almoço, a primeira coisa que faço é abrir a minha CAT Tool, sem a qual a minha produtividade cairia significativamente.
Trabalho numa área altamente especializada onde tenho vários clientes finais e, como tradutora técnica mais geral, para algumas agências de tradução, principalmente na Austrália e nos Estados Unidos. Num dia normal, traduzo um ou mais textos curtos e trabalho num ou em mais projetos mais longos.
Depois de me licenciar em 1992, trabalhei como intérprete durante muitos anos. Neste momento, a pandemia colocou as nossas vidas online e abriu novas áreas de oportunidade e, como resultado, voltei a interpretar, mas agora através do Zoom.
APTRAD: É membro de alguma associação/organização profissional? Se sim, o que a levou a associar-se e, se não, porque ainda não o fez?
A Tradução é uma profissão regulamentada na Argentina e no Uruguai. Sou membro da Associação Profissional de Tradutores de Córdoba (Argentina), que exige um diploma universitário de quatro anos obtido numa universidade reconhecida pela jurisdição local.
APTRAD: Pela sua experiência, o que faz um “bom” profissional nesta área?
Como tradutora técnica altamente especializada, estou convencida de que ser um “bom profissional” na minha área requer não só conhecimento da língua de origem e da língua de chegada; requer, o que é mais importante, conhecimento da área. Sei que a minha opinião é polémica, mas grande parte do meu trabalho de tradução é para inglês. Os meus clientes optaram por usar os meus serviços porque posso entender exatamente sobre o que estamos a falar, mesmo o inglês não sendo a minha língua materna.
APTRAD: O que gosta mais e o que gosta menos na sua profissão?
Uma das perguntas mais frequentes dos meus alunos, todos na esperança de construir uma carreira na tradução, é se sou “feliz” na minha carreira. A minha resposta é sempre a mesma: se tivesse essa oportunidade, escolheria sempre ser tradutora freelancer.
Não há só uma coisa de que eu mais goste: gosto de muitas. No topo da lista estaria não ter que trabalhar num ambiente corporativo, não ser condicionada por um patrão/chefe ou por uma agenda imposta por outros, poder trabalhar no meu próprio horário (o que foi muito útil quando o meu filho nasceu e antes de ele entrar na escola), poder viajar com a minha família e não perder nenhum evento familiar… A lista poderia continuar indefinidamente, mas se eu tivesse de resumir os prós de uma carreira de tradutora freelancer numa única frase, esta seria sobre a liberdade de poder trabalhar como e quando eu quero.
Quanto às coisas que menos gosto, neste momento não tenho nenhuma. Claro que quando eu estava apenas a começar o meu negócio, a incerteza de não saber se teria um fluxo constante de trabalho era provavelmente a minha maior preocupação, mas depois de mais de 25 anos eu sei o que todo o freelancer precisa de saber – precisamos de fazer algumas economias para tirar essa preocupação das nossas mentes.
APTRAD: Que conselho daria a alguém que quer tornar-se tradutor e/ou intérprete?
Esta é a mais difícil das perguntas com que muitas vezes me debato para responder aos meus alunos de tradução.
Em geral, o meu conselho é que não existe um caminho único para o sucesso como tradutor. Em vez disso, cada um de nós deve percorrer o seu próprio caminho. Pessoalmente, para mim, esse caminho envolveu a especialização e a procura de um nicho de mercado. Mas existem tantos caminhos para o sucesso quanto os tradutores bem-sucedidos.
APTRAD: Alguma coisa mais que gostasse de partilhar com os nossos leitores?
Um último pensamento: nunca desvalorize o poder de estar no lugar certo na hora certa. Não importa quais sejam os seus objetivos profissionais, a visibilidade é fundamental, seja no setor em que se especializa ou entre os nossos colegas tradutores. Nunca sabemos quem está a prestar atenção.
APTRAD: Muito obrigado Laureana por ter respondido às nossas perguntas!
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Biografia:
Laureana Pavón é engenheira e tradutora pública de inglês, licenciada pela Universidade Nacional de Córdoba (Argentina) e é membro da Associação de Tradutores Jurídicos da Província de Córdoba.
Desde 1992 que trabalha como tradutora e intérprete especializada em assuntos técnicos, especialmente nas áreas da Internet e das tecnologias de informação e comunicação. Em 1999 estabeleceu-se em Montevidéu, onde decidiu criar uma pequena empresa para oferecer serviços especializados de linguística e tradução. É tradutora freelancer há 28 anos.
Atualmente é também professora da disciplina de tradução técnica-científica e responsável pela Prática Profissional dos alunos do Curso de Bacharelado em Tradução, Orientação Científico-Técnica, oferecido pela Universidade de Montevidéu.