Tradutores e Intérpretes pelo Mundo – Dilma Machado

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Tradutores e Intérpretes pelo Mundo – Dilma Machado

Conversamos com a Dilma Machado, sobre alguns aspetos da sua profissão de Tradutora para Dobragem, sobre a importância do associativismo e ainda sobre alguns conselhos para a nova geração de profissionais.

APTRAD: Fale-nos um pouco sobre si, sobre como começou a sua carreira e o que é que a levou a escolher esta profissão?

Minha primeira graduação é em Educação Física, era bailarina contemporânea e professora de dança. Sou do estado de Goiás e após me mudar para o Rio de Janeiro, fiz televisão, teatro, dança e dei aulas de inglês durante 9 anos no curso BRASAS. A tradução para dublagem veio após eu fazer um curso no IBEU e o curso de dublagem com Alexandre Lippiani e Newton DaMatta (ambos já falecidos). Ao ir à empresa Cinevídeo para levar meu CV dizendo dos cursos de dublagem, por acaso mencionei que era tradutora. Três dias depois chegou o primeiro trabalho. Tive muitas dificuldades para começar a acertar os detalhes existentes na tradução para dublagem, mas foi amor à primeira vista e não parei mais. Primeiro vem a tradução porque dublar é mais difícil, pois depende de um diretor para escalar você. No entanto dublar é minha paixão.

APTRAD: Como descreveria um “dia normal” na sua vida profissional?

Acordo, tomo meu café e já me preparo para começar as traduções do dia, intercaladas com dublagem e o curso de tradução para dublagem que ministro na ESTRADA, pratico um exercício, meditação em horários variado. Limito meu horário de trabalho para não exagerar.

APTRAD: É membro de alguma associação/organização profissional? Se sim, o que a levou a associar-se e, se não, porque ainda não o fez?

Sou associada da ABRATES e APTRAD. Acho importante participar de congressos e isso me levou a me associar. Ao fazer parte de uma associação, o profissional tem a chance de receber informações atualizadas e primordiais sobre sua área e de se atualizar profissionalmente por meio de cursos, workshops e congressos. Isso impulsiona seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ao se associar a uma entidade que represente o tradutor, seus clientes têm a perceção de que ele é um profissional atuante, interessado e atualizado. Além disso, é possível conhecer e interagir com colegas e observar o que eles estão realizando em termos profissionais. Isso proporciona uma reflexão profunda sobre seus procedimentos e novas estratégias para sua carreira. Também é uma fonte importantíssima para que o tradutor possa divulgar seus serviços e captar clientes.

APTRAD: Pela sua experiência, o que faz um “bom” profissional nesta área?

Sempre digo que é aconselhável o tradutor de dublagem fazer o curso de dublagem para entender seu processo dentro do estúdio e se familiarizar com os termos usados na dublagem. Com isso ele irá fazer um trabalho melhor. E também é muito importante que o tradutor de dublagem tenha uma formação acadêmica e profissionalizante.

Dublar é sincronizar! Quanto melhor o sincronismo das palavras, principalmente as bilabiais, melhor será a dublagem. Para isso é preciso adaptar da melhor maneira possível sem perder o sentido do texto original.

O que gosta mais e o que gosta menos na sua profissão?

Amo minha profissão e a executo com muito amor e dedicação. O que não gosto é ainda a falta de reconhecimento no mundo acadêmico desta área da tradução. Por isso luto para divulgá-la no Brasil e no mundo.

Que conselho daria a alguém que quer tornar-se tradutor e/ou intérprete?

O tradutor freelancer profissional precisa ter um excelente domínio de seu idioma nativo e é por isso que as agências e empresas de tradução, muitas vezes, dão preferência a profissionais com graduação em áreas correlatas, especialmente em Letras, para preencher suas concorridas vagas. Então se você deseja ser um tradutor profissional com ampla vantagem competitiva no mercado, o ideal é fazer uma graduação em Letras com habilitação em idioma estrangeiro. Algumas Universidades oferecem também a habilitação de Tradutor ou Intérprete. Caso você seja formado em outra área, mas queira aprimorar sua formação acadêmica, há ainda a opção de buscar especialização/pós-graduação na área de tradução. Apesar de não ser uma profissão regulamentada no Brasil, o que teoricamente permite que seja executada por qualquer pessoa,  no momento da contratação, o cliente certamente levará em conta a qualificação profissional do tradutor. Claro que uma pessoa pode ser formada, pós-graduada e, ainda assim, não ter pleno domínio da língua portuguesa. Por isso enfatizo que é preciso estudar muito o seu idioma nativo para ser um tradutor.

APTRAD: Alguma coisa mais que gostasse de partilhar com os nossos leitores?

Sempre digo que independentemente da profissão que você escolher, é preciso que ela seja exercida com amor. Claro que ganhar dinheiro também é importante, mas antes de tudo, procure fazer um excelente trabalho, pois é seu nome que está em jogo. Capriche, pesquise, dedique-se e estude. Seu conhecimento ninguém tira de você.

APTRAD: Muito obrigado Dilma por ter respondido às nossas perguntas!

Para saber mais sobre a Dilma Machado pode seguir as suas redes sociais no Linkedin [linkedin.com/in/dilma-machado-59006534/] ou no Instagram [instagram.com/dilmica/].

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Biografia:

Dilma Machado – Tradutora audiovisual e literária / dubladora / cantora / escritora / professora de inglês e de Tradução para Dublagem. Especialista em tradução ingl/port na PUC-RJ. Ministra o módulo “Tradução para dublagem” no curso de Especialização EAD em Tradução da Universidade Estácio de Sá. Palestrante em vários congressos internacionais e nacionais. Dedica-se há 26 anos aos serviços de tradução e dublagem para empresas como: Cinevídeo, Delart, Deluxe/Sfera e Pixelogic. Já prestou serviços para empresas como: Alcatéia, Som de Vera Cruz, Unidub, The Kitchen e MG Estúdios. Traduziu mais de 500 títulos entre filmes, séries, desenhos e documentários. Entre eles: Game of Thrones, Padrinhos Mágicos, Ponte dos Espiões, As Viúvas, Estrelas Além do Tempo, Cidades de Papel, A Forma da Água, etc.  Associada da ABRATES E APTRAD. Lançou o livro O Processo da Tradução para a Dublagem Brasileira – Teoria e Prática (2017). Em 2018 criou a ESTRADA- Escola de Tradução Audiovisual.