Tradutores e Intérpretes pelo Mundo – Amarilis Okida

Tradutores e Intérpretes pelo Mundo – Kate Sotejeff-Wilson
18/09/2024
Inovação na tradução: a importância da especialização e da experiência
20/11/2024

Tradutores e Intérpretes pelo Mundo – Amarilis Okida

Hoje, conversámos com Amarilis Okida, sobre alguns aspetos da sua profissão, sobre a importância do associativismo e ainda sobre alguns conselhos para a nova geração de profissionais.

APTRAD: Fale-nos um pouco sobre si, sobre como começou a sua carreira e o que é que a levou a escolher esta profissão?

Eu nasci em um lar bilíngue e fui educada em meio a etnias completamente diferentes: brasileira e japonesa. Acredito que a mescla cultural tenha despertado em mim, desde muito cedo, uma aptidão e uma vontade natural de aprender mais a respeito das particularidades de outros povos.

Ainda criança, dediquei-me aos estudos de línguas estrangeiras, como o inglês e o espanhol, assim, expandi um pouco mais esse horizonte. Aos quinze anos, comecei a lecionar inglês em um curso de idiomas e foi nessa época que descobri a tradução como ofício, então, decidi que transformaria esse fascínio por línguas e culturas em profissão e em um modo de vida.

APTRAD: Como descreveria um “dia normal” na sua vida profissional?

Um “dia normal” é ter a agenda muito bem organizada e as tarefas minimamente planejadas, mas sempre surgir um pedido de urgência ou um imprevisto que me façam empregar as habilidades profissionais e interpessoais desenvolvidas ao longo de décadas, aliadas a uma boa dose de criatividade, para resolver essas questões.

Além disso, é passar uma boa parte do tempo pesquisando e estudando.  

APTRAD: É membro de alguma associação/organização profissional? Se sim, o que a levou a associar-se e, se não, porque ainda não o fez?

Sim, não apenas sou associada como sou diretora da Abrates — biênio 2024 – 2026. Acho importantíssimo fazer parte de uma associação de classe profissional tanto para contribuir com ideias que tragam avanços e melhorias para a profissão quanto para ter um espaço seguro, onde eu seja ouvida. Uma voz sozinha se perde na multidão; já um coro bradando, elogiando ou reivindicando os mesmos pontos não pode ser ignorado.

APTRAD: Pela sua experiência, o que faz um “bom” profissional nesta área?

Na tradução, um bom profissional é uma combinação de habilidades, atitudes e comportamentos. É aquele que tem uma curiosidade saudável, sabe processar informações e vê uma possível utilidade em todas elas, mesmo nas mais inimagináveis. Mostra disposição para aprender e se atualizar constantemente em vez de brigar com as mudanças sociais e tecnológicas. Ou seja, é uma figura que encontra um meio de se destacar, mas sem se valer de exibicionismos banais, demonstrando um conhecimento profundo do que fala, desenvolvendo um senso de colaboração e admiração por outros colegas, contribuindo para a valorização da profissão e, por fim, agindo sempre de forma ética.

APTRAD: O que gosta mais e o que gosta menos na sua profissão?

O que mais me encanta na tradução é a oportunidade de estar constantemente aprendendo. Todos os trabalhos vêm recheados de informações novas. Isso impede que a rotina profissional se torne enfadonha.

O que eu menos gosto é ter de lidar com a desvalorização da profissão, tanto por parte de aventureiros, pessoas que se dispõem a executar um trabalho altamente especializado de forma displicente, quanto por parte de quem retroalimenta esse sistema.

APTRAD: Que conselho daria a alguém que quer tornar-se tradutor e/ou intérprete?

Acumule informações e experiências e aprenda como armazená-las na sua bagagem de vida, reconheça e estabeleça seus limites e livre-se de todos os tipos de preconceitos. Manter a mente aberta é essencial para um profissional de tradução.

APTRAD: Alguma coisa mais que gostasse de partilhar com os nossos leitores?

Embora a tradução seja um ofício aparentemente solitário, na prática, não é. Construa boas relações pessoais e profissionais e tenha uma rede de apoio segura, pois, em algum momento, elas serão necessárias. Porém, lembre-se de ser tudo isso também.  

APTRAD: Muito obrigado, Amarilis, por ter respondido às nossas perguntas!

Biografia:

Amarilis Okida é tradutora, intérprete, preparadora e revisora textual brasileira, especializada em tradução editorial, transcriação e localização de aplicativos e websites, de inglês para português (br). É bacharela em Tradução e Interpretação pela USJT (SP), pós-graduada em Língua inglesa, tem especialização em English Composition e em Creative Writing. Atualmente, faz pós-graduação em Metodologia para Ensino de Línguas Estrangeiras e em Estudos da Tradução. Trabalha como tradutora autônoma desde 2002 e professora de Tradução editorial na Interpret2b desde 2017, onde também é coordenadora do curso de Tradução. Faz parte da atual gestão da Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes (Abrates), como diretora de Planejamento e finanças.

Para saber mais sobre a Amarilis pode seguir as suas redes sociais em Instagram @amarilis_okida, Linkedin https://www.linkedin.com/in/amarilis-okida/ ou amarilisokida.com

Se quiser saber como se tornar um associado da APTRAD, consulte aqui [https://bit.ly/3eTVpK0] ou acompanhe as nossas redes sociais em Facebook [https://bit.ly/32Mrkde], LinkedIn [https://bit.ly/3humLZe], no Twitter [https://bit.ly/30IZICW] ou no Instagram [https://bit.ly/3metM5R].