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Conversamos com a Karolien van Eck, sobre alguns aspetos da sua profissão, sobre a importância do associativismo e ainda sobre alguns conselhos para a nova geração de profissionais.
APTRAD: Fale-nos um pouco sobre si, sobre como começou a sua carreira e o que é que a levou a escolher esta profissão.
O amor pela (minha) língua e por línguas em geral sempre tive, mas não tinha ideia de fazer disso a minha vida. Com 19 anos abandonei o curso de fisioterapia e vim para Lisboa (sim, foi por amor…), onde aprendi a vossa língua. Depois de voltar para os Países Baixos segui estudos universitários no ramo de tradução e decidi que era mesmo “isto que eu queria”. Estabeleci-me como freelancer e especializei-me na tradução jurídica, sendo que continuo sempre e todos os dias a aprender.
Quando vim viver de vez em Portugal, há 18 anos, comecei a prestar serviços de interpretação também, pois éramos (e somos) poucos colegas no nosso par de línguas aqui em Portugal, embora sinta falta de formação nessa área.
APTRAD: Como descreveria um “dia normal” na sua vida profissional?
O meu dia normalmente é passado à frente do ecrã, a fazer traduções, enviar orçamentos, avaliar projetos, organizar a agenda, contactar colegas para colaborações e para revisões do meu trabalho, tratar da administração, … enfim, a vida padrão de um trabalhador por conta própria!
E regularmente viajo para tribunais (às vezes distantes) e outros locais para prestar serviços de interpretação, pois há ladrões e conflitos em todo o lado (e sim, muitos casos de facto – e infelizmente – têm a ver com drogas, pelo que se verificam alguns preconceitos acerca dos meus conterrâneos!)
APTRAD: É membro de alguma associação/organização profissional? Se sim, o que a levou a associar-se e, se não, porque ainda não o fez?
Sou membro da APTRAD e da Associação de Tradutores e Intérpretes nos Países Baixos; porque acho extremamente importante fazer parte das estruturas profissionais que defendem a nossa profissão e que proporcionam encontros e trocas de experiência e conhecimentos. Pela mesma razão participo frequentemente em formações e conferências (seja como participante ou como oradora).
APTRAD: Pela sua experiência, o que faz um “bom” profissional nesta área?
Penso que o que nos faz ter sucesso – e conseguir atrair e manter clientes – é a qualidade do nosso trabalho, em todos os aspetos; não só a qualidade da tradução que entregamos, mas também o respeito na comunicação com o cliente, na abordagem do pedido, nas promessas que fazemos, na apresentação do trabalho, e em todos os pequenos “extras” que podemos oferecer, e – ainda – no nosso contacto com os colegas de profissão!
No seguimento disso, é importante estarmos sempre atualizados a nível de conhecimento, procedimentos, tecnologias etc. etc.
APTRAD: O que gosta mais e o que gosta menos na sua profissão?
O que gosto mais é a diversidade do dia a dia; todos os dias aprendo qualquer coisa ou vou à procura de mais informação acerca de um tema, porque os projetos assim o pedem. E há sempre algumas situações que dão origem a grandes histórias para contar!
Por outro lado, o que me custa mais na nossa profissão é a solidão do nosso dia-a-dia, a falta de contacto diário pessoal com colegas de profissão. Tento combater este aspeto, combinando encontros “reais” sempre que posso, com colegas e com alguns clientes até. Adoro visitar e participar em formações e conferências também pelo mesmo motivo.
APTRAD: Que conselho daria a alguém que quer tornar-se tradutor e/ou intérprete?
Para tudo que queremos fazer bem é preciso ter amor à camisola… Temos de investir e ter disciplina para sermos bons profissionais independentes. É importante a entreajuda entre colegas, dar e receber conhecimentos e dicas, partilhar trabalho, etc. Relativamente aos preços que praticamos, digo sempre aos novos colegas que têm de pedir preços justos, ou seja, nunca mais baixos do que os colegas; no início, deverão sempre investir muito na formação e numa supervisão e revisão rigorosa do seu trabalho por colegas mais experientes.
APTRAD: Alguma coisa mais que gostasse de partilhar com os nossos leitores?
Bom trabalho a todos e até breve! Quem sabe… na conferência BP em Lisboa?
APTRAD: Muito obrigado, Karolien, por ter respondido às nossas perguntas!
Para para saber mais sobre a Karolien pode consultar o seu website em: www.karolienvaneck.com e seguir as suas redes sociais em FB https://www.facebook.com/karolien.vaneck/, LinkedIn https://www.linkedin.com/in/karolien-van-eck-2b3376a/ ou no Twitter https://twitter.com/Karolienvaneck.
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Biografia:
Karolien van Eck é tradutora ajuramentada e intérprete, especializada em tradução jurídica e interpretação de português para neerlandês e vice-versa. Está inscrita no Registo Oficial dos Países Baixos de Tradutores e Intérpretes Ajuramentados. É formada em Língua e Cultura Portuguesas pela Universidade de Utrecht, Países Baixos, com Mestrado em Tradução.
Além da tradução jurídica, está, há vários anos, envolvida nas edições em língua portuguesa da Fundação Anne Frank, sempre em colaboração com colegas tradutores, falantes nativos da língua portuguesa (de Portugal ou do Brasil).
Em 2021 foi editado “Querida Kitty“, o romance inacabado que Anne Frank escreveu a partir do seu diário. Karolien van Eck e Ana Iaria foram responsáveis por esta tradução.