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Conversamos com a Susana Valdez, sobre alguns aspetos da sua experiência como tradutora, sobre a importância do associativismo e ainda sobre alguns conselhos para a nova geração de profissionais.
APTRAD: Fale-nos um pouco sobre si, sobre como começou a sua carreira e o que é que a levou a escolher esta profissão?
Eu comecei a minha carreira de tradução com dois estágios: um primeiro como tradutora na Câmara Municipal de Cascais e outro como legendadora numa empresa de legendagem. Tomei a decisão de me dedicar à tradução a tempo inteiro como freelancer cedo motivada pela ideia de que se queria ganhar experiência e melhorar as minhas competências só o poderia fazer se estivesse totalmente dedicada à profissão. E foi a melhor decisão que tomei. Comecei por localizar software e traduzir manuais de utilizador e mais tarde especializei-me em tradução de textos médicos.
Ao contrário de muitos colegas de profissão, eu não cresci sabendo que queria ser tradutora. O que eu sabia era que gostava muito de escrever. Apaixonei-me pela tradução já na faculdade (licenciei-me em Línguas e Literaturas Modernas na FLUL) quando me apercebi que traduzir é uma forma de reescrita que me dava muito prazer: descobrir o significado do texto de partida e reescrevê-lo noutra língua.
APTRAD: Como descreveria um “dia normal” na sua vida profissional?
Quando trabalhava como tradutora a tempo inteiro, o meu dia típico era dividido entre traduzir, rever e responder a pedidos de clientes. Não tinha dois dias iguais – um dia podia saltar de projeto em projeto e no dia seguinte podia dedicar-me inteiramente a um único texto. A dimensão dos projetos variava muito, bem como o tema. Um dos aspetos que me fascina mais nesta profissão é ter o privilégio de aprendermos tanto com os textos que traduzimos.
APTRAD: É membro de alguma associação/organização profissional? Se sim, o que a levou a associar-se e, se não, porque ainda não o fez?
Sou membro da ATAV e já fui membro da APTRAD. Considero que é importante ser membro de uma associação ou organização profissional por várias razões.
Em primeiro lugar, a profissão de tradutor merece ser defendida. É uma profissão com falta de reconhecimento, não por falta de impacto ou importância, mas pela sua invisibilidade. Ao sermos membros de uma associação estamos a contribuir para uma organização que tem como objetivo defender a profissão.
Em segundo lugar, ao ser membro temos acesso a um conjunto de recursos que podem ser importantes para aumentar a nossa carteira de clientes, melhorar as nossas competências e atualizar os nossos conhecimentos do mercado.
Por último, ao entrar para uma associação temos a oportunidade de conhecer colegas que potencialmente partilham valores e interesses comuns. É uma excelente forma de conhecer pessoas simpáticas e interessantes.
APTRAD: Pela sua experiência, o que faz um “bom” profissional nesta área?
Além das competências tradutórias já bem documentadas — incluindo, entre outros, conhecimento da língua da partida e chegada, conhecimento terminológico, conhecimento cultural –, considero a flexibilidade muito importante (e muito difícil de ensinar). Ao ser flexível (ou ao tentar ser flexível) o tradutor tem mais oportunidades para aprender e ganhar experiência com diferentes tipos de texto, recursos e ferramentas e requisitos técnicos. Em suma, enriquece a sua experiência.
APTRAD: O que gosta mais e o que gosta menos na sua profissão?
O que gosto mais e menos é a flexibilidade de horário e de poder aceitar os projetos que mais me interessam. O lado positivo desta flexibilidade é que podemos escolher quando e onde queremos trabalhar e adaptar o nosso ritmo de trabalho à nossa vida (e não o contrário). Porém, esta mesma flexibilidade acarreta consequências para a nossa vida pessoal se não formos suficientemente disciplinados e a flexibilidade de aceitarmos os projetos e os clientes que mais nos interessam pode ser uma falácia. Podemos recusar trabalho se tivermos trabalho suficiente para o fazermos.
APTRAD: Que conselho daria a alguém que quer tornar-se tradutor e/ou intérprete?
Além da formação universitária em tradução, deixo quatro recomendações gerais: tornar-se membro de uma associação de tradutores; fazer formação contínua e especializada para colmatar possíveis lacunas, como, por exemplo, em software ou revisão; fazer um estágio; e ler muito.
APTRAD: Muito obrigado Susana por ter respondido às nossas perguntas!
Para saber mais sobre a Susana Valdez pode seguir as suas redes sociais em LinkedIn [https://www.linkedin.com/in/susanavaldez/] ou no twitter [https://twitter.com/SusanaValdez].
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Biografia:
Susana Valdez é professora de tradução na Universidade de Leiden (Países Baixos). Antes de assumir o seu cargo atual na Universidade de Leiden, foi professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Trabalhou ainda no sector da tradução durante 15 anos, especializando-se em tradução médica e em controlo de qualidade.