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O Conselho de Ética e Deontologia da APTRAD é composto por três figuras de referência no ensino da tradução e da interpretação em Portugal e representam três conceituadas Universidades com quem a APTRAD tem um Protocolo de Colaboração. É da responsabilidade deste Conselho velar pelo cumprimento e respeito dos princípios, deveres e usos profissionais objeto do nosso código deontológico e decidir, se necessário, qual a sanção a aplicar no caso do seu incumprimento.
Hoje apresentamos o Prof. Manuel Silva, Professor Adjunto no ISCAP, na área da Tradução, Localização e da Terminologia, e atualmente Vice-presidente para a Internacionalização e Investigação.
APTRAD: porque aceitou tornar-se membro do CED da APTRAD e o que significa ser membro do CED da APTRAD?
O Conselho de Ética e Deontologia da APTRAD surgiu como um desafio relevante para a construção de um organismo independente, que seria composto por 3 membros com um percurso relevante quer na área da tradução, quer do seu ensino e divulgação em Portugal e na Europa.
Estes 3 elementos, representantes de instituições de ensino superior, teriam como função ajudar a tornar transparente a ação da Direção da APTRAD, ao autonomizar qualquer intervenção junto dos associados que pudesse resultar da necessidade de resolução de eventuais conflitos.
Estas razões somaram-se à necessidade, que é para mim premente, de credibilizar a profissão e a carreira dos tradutores e intérpretes no nosso país e levaram-me a aceitar o convite. De facto, ser membro deste órgão significa dar um contributo para a construção de um contexto que promova o crescimento e a afirmação de Associações como a APTRAD, associações cujo papel é preponderante na afirmação dos tradutores portugueses.
APTRAD: considera importante que as universidades de tradução e de interpretação sejam representadas desta forma no CED de uma associação de profissionais?
Acredito que a representação de instituições de ensino superior no CED resulta do longo e profícuo trabalho conjunto em várias áreas e momentos que as IES desenvolvem em parceria com os vários atores do mundo da tradução e da interpretação. Representa, neste caso específico, um reforço dos laços entre as IES e a APTRAD e pressupõe a existência de uma colaboração ativa e sistémica na construção de uma imagem de profissões bem organizadas e estruturadas, exigentes e com códigos éticos e deontológicos claros. Esta colaboração, nesta e noutras formas que possa assumir, é essencial para agregar forças e capacitar os profissionais – tradutores e intérpretes – se pretendemos enfrentar com sucesso os desafios que se avizinham.
APTRAD: de que forma e em que medida os Códigos de Ética e de Deontologia podem ajudar a moldar o futuro da nossa profissão?
Os Códigos de Ética e de Deontologia são instrumentos de aplicabilidade complexa e nem sempre suficientes para a resolução de diversas questões específicas que caracterizam os problemas sentidos pelos profissionais no seu dia-a-dia.
No entanto, sou favorável à perspetiva da existência de um código orientador para os tradutores e intérpretes que considere o contexto específico das diversas profissões deste domínio, as intrincadas inter-relações que nele se estabelecem e as obrigações éticas e deontológicas (individuais e coletivas) daí decorrentes. Seria um elemento fundamental para permitir a convergência dos diversos atores desta área (agências, empresas, trabalhadores independentes) em torno de valores comuns e transparentes e sustentar a sua relação e o reforço da sua atuação profissional junto da comunidade.
APTRAD: O que espera da APTRAD no futuro?
Uma associação como a APTRAD deve, por natureza, projetar-se como um espaço de reflexão, de formação e de partilha, atenta às necessidades intrínsecas à evolução da profissão e aos cenários socioeconómicos, de modo a permitir que os seus associados antecipem a mudança, mesmo quando esta é completamente imprevista, como é o caso da que que vivemos hoje.
A APTRAD tem, por isso, momentos e tarefas desafiadoras pela frente. Destaco a necessidade urgente de pugnar pelo reconhecimento da profissão do tradutor em Portugal, em linha com o que acontece em muitos países europeus, de modo a solidificar a carreira destes profissionais e valorizar quer o acesso à profissão, quer o percurso individual que cada tradutor e cada intérprete já percorreu.
Biografia:
Manuel Moreira da Silva é Professor Adjunto no ISCAP onde ensina, desde 1998, na área da Tradução, Localização e da Terminologia. Atualmente desempenha o cargo de Vice-presidente para a Internacionalização e Investigação. É doutorado em Linguística pela FCSH – UNL, na área de Terminologia, e Mestre em Terminologia e Tradução pela FLUP. É investigador no CEOS.PP, onde coordena a Unidade de Estudos em Línguas, Comunicação e Educação e no INESC TEC. É redator chefe da Revista RTIC.