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A Comissão Europeia proclamou 2023 como o Ano Europeu das Competências. Por isso, começo por vos perguntar: quando foi a última vez que aprenderam algo novo?
Não é segredo que o desenvolvimento profissional contínuo (CPD) é crucial para o nosso sucesso profissional. Com a indústria da tradução e interpretação em constante evolução (em grande parte resultante do extraordinário avanço da tecnologia, transversal a todas as áreas), é essencial mantermo-nos sempre a par de novas ferramentas, técnicas e competências para garantir que estamos a prestar o melhor serviço possível aos nossos clientes.
A formação é um fator-chave, permitindo-nos expandir não apenas os conhecimentos e competências que nos tornam mais eficientes e eficazes, mas também os nossos horizontes, abrindo a porta a novos tipos de colaboração.
Contudo, falando sem rodeios, é fácil cair na armadilha de pensar em formação e CPD como apenas mais uma despesa (e até desnecessária).
Tempo e dinheiro são recursos limitados, mas é importante lembrar que investir no desenvolvimento profissional é, na verdade, um investimento na carreira, que compensa a longo prazo.
São vários os benefícios desta aposta na aprendizagem contínua.
De cada vez que aprofundamos os nossos conhecimentos, é mais um passo no caminho da especialização e do nosso reconhecimento enquanto especialistas na nossa área de trabalho.
Quando já temos uma especialização bem definida, aprender novas técnicas permite-nos alargar a nossa carteira de serviços.
Quanto mais aprendemos e melhoramos as nossas competências, mais felizes e concretizados nos sentimos no nosso trabalho.
Esta satisfação profissional faz-nos sentir mais confiantes, o que transforma a nossa relação com os clientes.
Para além de criar novas formas de colaboração, uma oportunidade de formação bem aproveitada poderá permitir-nos aumentar os preços junto dos clientes existentes e até abordar aqueles que, no passado, não consideraríamos.
E, claro, ao prestarmos um serviço de maior qualidade, passamos a ser o primeiro (e, quem sabe, único) contacto dos nossos clientes, não só quando precisam, mas também quando alguém lhes pede uma recomendação.
Se é verdade que a curiosidade e o sentido crítico são características da nossa profissão, então consideremos o CPD como um dos verdadeiros fatores diferenciadores.
Se apelamos à valorização da nossa profissão, comecemos por olhar para aquilo que está efetivamente sob o nosso controlo. Avançar para não estagnar.
Este ano, aceitem um desafio: analisem o vosso negócio da perspetiva de formação. Quais serão as vossas prioridades? Há muito por onde escolher: técnicas, especialização, marketing, gestão, etc.
Todos os meses, dediquem algum tempo na agenda para o desenvolvimento profissional. Por exemplo, assistam a um Webinar, façam um curso online, participem numa conferência, inscrevam-se num workshop. Criem uma lista de publicações, blogs ou podcasts relevantes para se manterem a par das últimas tendências e novidades.
A APTRAD está a planear um ano pleno de formação, sempre com vista a dar resposta às necessidades formativas dos nossos associados. Mas, tal apenas faz sentido com a vossa participação ativa.
Portanto, lanço ainda mais este desafio: aproveitem ao máximo as oportunidades que iremos colocar ao vosso dispor.
Abracem novos desafios, saiam da vossa zona de conforto. E aprendam no processo.
Comecei por vos perguntar quando foi a última vez que aprenderam algo novo. Agora pergunto: o que planeiam aprender este ano?
Biografia:
A Ana Sofia Correia é tradutora médica de inglês para português e medical writer (www.anasofiacorreia.com). Com 15 anos de experiência, traduz materiais de ensaios clínicos, medicamentos e dispositivos médicos, colabora na redação e edição de conteúdos para publicação e divulgação na área da saúde e trabalha como consultora na validação linguística de Patient-Reported Outcomes. É tradutora independente desde 2007, tendo também trabalhado durante 12 anos como tradutora interna no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Entre outras associações do setor da tradução e das ciências da vida, é associada da APTRAD, onde é mentora e membro da Direção.